domingo, 4 de abril de 2010

uma virgula, jamais um ponto final

E se duas pessoas muito diferentes quiserem tornar-se numa só..? Qual é afinal a receita para esta união tão perfeita mas ao mesmo tão complicada de acontecer?!Há certos sentimentos que se podem tornar bem mais complexos do que possamos imaginar. o dito "amor" talvez seja um bom exemplo dessa complexidade. Uma pequena troca de olhar pode ser o inicio de tudo, de qualquer coisa, que naquele momento poderia não passar de mais "uma troca de olhares", mas e se for mesmo "a troca de olhares", estariam á altura disso? a partir do momento em que começas a falar com essa pessoa , todo esse processo de conhecimento e "ajuste" parece simplesmente fantástico , tudo bate certo , ela até as tuas frases acaba.. Mas e quando este fascínio acaba? Vem a rotina? Que por conseguinte é sinonimo de problema? Em certos casos talvez.Começam os contra, aqueles que estavam camuflados pelos belos prós que até dada altura faziam tudo parecer perfeito, mas esta perfeição acaba rápido. Começam as discussões, as frases que mais tarde viram arrependimento, as mensagens lidas e relidas e que ecoam na nossa cabeça, e os momentos guardados no nosso coração, que por mais que queiramos será impossível alguém apaga-los.Mas como nas primeiras vezes achamos que todas aquelas discussões seriam "apagadas" por todos os momentos que passamos, lá se ia perdoando, e tentando esquecer. Mais uma fase de momentos bons voltava. E quando tudo parecia mais uma vez estar sintonizado para dizer-mos: ESTAMOS FELIZES!" algo de muito medíocre abalaria mais uma vez a nossa frágil relação. e aí por mais que tivéssemos tentado esquecer o maldito passado , este atormentaria o presente, voltaríamos a ter as mesmas discussões , as mesmas frases, que já estavam mais que batidas, as mesmas expressões, as mesmas virgulas e muitos possíveis "pontos finais". Mas nenhum dos dois foi capaz de meter o ponto final definitivo que era necessário para o bem-estar de ambos. Porque sabíamos que se fizéssemos isso iríamos sofrer mais, não estávamos preparados para dizer BASTA, pois sabíamos que isso ia custar muito mais que qualquer discussão que já tínhamos tido. E em toda esta monotonia, surge a maldita desconfiança, o passado atormentava-nos e por mais que quiséssemos apaga-lo, isso não era possível, estaríamos sempre com “o pé atrás” Pois por mais que disséssemos : “eu acredito eu ti” no fundo o medo estava em cada uma destas letras. Foram muitas noites perdidas a pensar “o que estarás a fazer agora? o que estás a pensar agora?.. o que queres para o futuro?.. , o que queres para os dois?! “Começaram a ser mais discussões que momentos bons , e estes não eram suficientemente bons ao ponto de camuflar as malditas discussões e desconfianças. Aprendemos bastante um com o outro, corrigimos os erros de cada um e antes de namorados éramos os melhores amigos, quando um de nós tentava ir por um caminho, o outro estava lá para dizer: NÃO, pelo outro lado! e isso é bem mais importante do que possamos pensar. Uma vez alguém me disse que as relações são sobrevalorizadas, dá-se demasiada importância a palavra namoro, na altura achei uma parvoíce, obvio que temos de dar importância a palavra namoro! Agora concordo, sobrevalorizamos demasiado as relações, estamos tão dentro delas, e tentamos tanto “ fazer o que se deve fazer” que esquecemo-nos de ser felizes á nossa maneira. Não há nenhum livro de regras para o namoro, e muito menos para se ser feliz, mas ainda assim, a fidelidade é universalmente conhecida, e raramente perdoada. E com ela o vento trouxe toda aquela desconfiança envolvente, aquelas confusões, histórias e dúvidas que habitam na nossa cabeça, muitas vezes sem razão. Até que decidiste meter um fim a isto, que eu pensei ser o fim da meta, durante uns tempos, talvez tenha sido.., chorei , gritei, mas principalmente perguntei-me se tinha feito algo de tão cruel para merecer isto . E enquanto sofria, via-te a passar ao meu lado como um simples conhecido, uma pessoa que eu deixei de conhecer, entrei em choque. Não estava preparada para encarar que podias ser de outra pessoa, acreditei, durante todo o tempo que construímos o nosso caminho, que eu era tua e tu eras meu. E de repente, fico sem aquele que mais amo, não consegui, fui a baixo. Durante toda esta dor, esta angústia, passava noites a pensar e a repensar como te sentirias tu? Será que sofrias como eu? Será que nunca amaste como realmente dizias? Será que achavas que a culpada era eu, por não te conseguir dar tudo aquilo que um dito namoro “exigia”?! Desculpa se errei, mas tu também não foste o mais correcto comigo. Passaste a agir como se mal me conhecesses, como se todas aquelas horas passadas a teu lado, muitas vezes a rir ou a discutir, todos aqueles olhares, beijos, toques, se tivessem resumido a cinzas, que acabaram por voar com o vento. Substituíste-me, e não sabes como me custa soletrar este verbo, tornou-se doloroso ver-te nos nossos sítios com alguém que não eu, ver-te sorrir para alguém que não eu, beijar ou simplesmente pegar na mão dela. E eu do fundo vi-a , e chorava cada gesto teu. Até que me mentalizei que chegava de sofrimento, sofrer por alguém que não merece é tempo perdido. Segui em frente, segui o meu caminho, mas tu, mais uma vez, não me deixaste levá-lo até ao fim sem o atormentares! Mas porquê? Não vês que a tua indecisão, instabilidade, incerteza faz-me sofrer todos os dias? Dei-te mais uma oportunidade de provares quem realmente és, e agora acredito que não me vais desiludir, não iria aguentar outra queda, esta iria deixar muitas marcas. Sei que vais fazer valer a pena.Nunca ninguém esteve do nosso lado, sempre lutámos juntos, contra muita coisa, tivemos vários acidentes de percurso, mas acredito que tudo o que construímos, estamos a construir e construiremos será eterno.

1 comentário:

  1. Há sempre rapazes que erram, mas quantos são aqueles que se arrependem? E há sempre raparigas que sofrem por isso, mas quantas têm a capacidade de perdoar?
    Quem responde a tudo isto mercerá um ponto final como fim? não mercerá mais? não mercerá ir para lá das virgulas?
    Na minha opinião histórias como estas nunca têm um fim, têm apenas vários começos! E tal como diz no texto nada foi em vão, nada é apenas passado.
    ps. sei que a história não só é real como foi mesmo sentida, e espero realmente que nunca haja esse ponto tão falado que não é mercedor de se apoderar de tal relação. mas como isto não passam de simples palavras veremos o que realmente se irá passar...

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